Cabines suplementares para caminhões

Atendimento Online
(34) 99106-9200

Notícias

Caminhões Ford seguem vivos na Europa com versões Euro 6 e elétrica

Modelos produzidos pela Otosan voltaram a aparecer no Salão de Hannover, na Alemanha

França, Espanha, Portugal, Itália e Alemanha. Uma lista de mercados onde são vendidos caminhões Ford que também teria o Brasil não fosse a decisão da montadora de encerrar a produção e a comercialização de veículos da categoria na América do Sul. Isso mesmo: os caminhões Ford seguem vivos em boa parte da Europa, norte da África e Oriente Médio pelas mãos da Otosan, empresa turca que produz e vende caminhões da marca sob licença.

A companhia ocupou um dos estandes do pavilhão 21 do Salão de Hannover, realizado na Alemanha, na semana passada. Se a Ford decidiu nos Estados Unidos abandonar o segmento por falta de rentabilidade, a Otosan, por outro lado, parece ter apostado suas fichas na continuidade da marca entre os modelos pesados. Tanto que, no Salão, mostrou ao mercado europeu a linha de pesados a diesel, a F-Max, e um protótipo elétrico que entrará em linha em breve.

Se por aqui os caminhões Ford se destacavam pelo preço e pela configuração robusta do powertrain em algumas aplicações,  na Europa os modelos que levam na grade o oval azul também têm como característica interessante o desenho, muito próximo àqueles adotados pelas demais montadoras consagradas no ramo dos pesados, e também muito longe do adotado na linha Cargo nacional: as grades lembram modelos Volvo. O conjunto óptico em Led, por sua vez, caminhões Scania.

O interior do F-Max também acompanhou a evolução do mercado de caminhões, com a aplicação do conceito car-like na construção do console e recursos digitais. Neste quesito, conforme apurou a reportagem dentro da cabine do F-Max em Hannover, os caminhões produzidos pela Otosan também seguem próximos do padrão da concorrência, com amplo espaço para o motorista dirigir e repousar, tela multimídia de 7,2 polegadas e bancos com regulagem elétrica.

O painel de instrumentos, que figura por trás de um volante que parece ter saído da mesa dos projetistas do New Fiesta, tem funções interessantes, ainda que nada inéditas. São exibidos ali, afora indicadores de velocidade e rotação do motor, dados sobre consumo, distância percorrida, comportamento dos eixos trativos e pressão dos pneus. Ali também são exibidos dados sobre a performance do condutor em momentos de aceleração e frenagem.

Se o frotista desejar saber qual dos motoristas agregados tem um modo de condução mais, digamos, econômico, o sistema de avaliação indica tudo ali na tela.

Agora, o powertrain. As três versões do F-Max (F-Max, F-Max L e F-Max LL) são equipadas com o motor Ford Ecotorq de 13 litros Euro 6, que gera 500 cavalos de potência e que foi desenvolvido por uma equipe formada por 320 engenheiros da Otosan. A transmissão fica por conta da caixa automatizada ZF Traxon de 12 velocidades.

Lucratividade? Positiva e operante

Se na América do Sul o negócio envolvendo caminhões não era rentável à Ford, pelos lados da Otosan as coisa vão indo muito bem em termos financeiros. De acordo com o seu balanço mais recente, as receitas totais da companhia (que também produz e vende veículos leves) somaram cerca de US$ 3,5 bilhões no primeiro semestre, uma alta de 127% sobre o faturamento verificado em igual período no ano passado, com lucro operacional próximo aos US$ 390 milhões.

As vendas, na mesma base de comparação, cresceram 3%, somando 3,2 mil unidades de janeiro a junho, apesar da falta de semicondutores que também afeta os principais mercados atendidos pela Otosan. Nada mal para um modelo lançado no mercado em 2018 e que concorre com nomes de peso e uma das regiões mais concorridas do mundo em termos de oferta.

Sua produção em fábricas na Turquia, China e Rússia dá ao F-Max da Otosan algo de sobrevida, considerando que seu powertrain a combustão está com os dias contados no principal mercado da região, o europeu. No entanto, a empresa já prepara o seu modelo elétrico para atender aos mercados onde a eletricidade será o combustível dominante. O elétrico apresentado em Hannover deverá entrar em produção no primeiro semestre do ano que vem, inaugurando uma nova era para os caminhões Ford.

Fonte: Automotive Business