Cabines suplementares para caminhões

Atendimento Online
(34) 99106-9200

Notícias

Do GNV ao GNL, o avanço do gás veicular no Brasil

A Morada Logística coloca na estrada os primeiros caminhões do Brasil a GNL

Já estão em operação os cinco primeiros caminhões movidos a GNL (gás natural liquefeito) do Brasil, produzidos pela Scania para a Morada Logística. Os veículos foram produzidos no País, utilizando motores importados da matriz da montadora (que podem ser nacionalizados a partir deste ano) e atuam em uma rota dedicada no interior de São Paulo.

“Investir em veículos menos poluentes como esses está entre as nossas apostas de negócio”, afirma André Leopoldo, CEO da Morada Logística, que possui mais de quinhentos equipamentos próprios e roda 60 milhões de quilômetros por ano.

Além desses cinco novos veículos movidos a GNL, outros 25 caminhões Scania movidos a gás natural ou biometano vão compor a frota da Morada Logística. As 30 novas unidades são do modelo R 410 6×2, com carreta de três eixos espaçados.

A empresa, que também possui caminhões elétricos para atender operações de carga fracionada, tem como estratégia atender as preocupações de grandes embarcadores com políticas rígidas de ESG (voltadas para o meio ambiente, social e governança). “Entendemos nossa responsabilidade e queremos contribuir com a sustentabilidade do transporte rodoviário de cargas. Investir em veículos menos poluentes está entre as nossas apostas de negócio”, explicou à revista Jornada Scania André Leopoldo, cuja base operacional está situada em Americana, SP. Os principais segmentos atendidos são do agronegócio, combustíveis, gases do ar, químicos, siderurgia, alimentos e bebidas, cargas fracionadas e granéis sólidos.

Desenvolvimento

A Scania esclarece que seus caminhões a gás oferecem torque bem próximo ao diesel na mesma faixa de potência. O motor a gás, do ciclo Otto e com velas de ignição, é dedicado para este combustível e não é um motor a diesel transformado. Segundo a fabricante, toda a engenharia do motor como taxa de compressão, entrada e saídas de gases é específica para o gás, o que permite a notável performance. O caminhão a gás é 20% mais silencioso que o modelo a diesel.

Na prática o GNV tem apresentado uma autonomia para uma capacidade de cilindros de 944 litros ao redor de 500 km (com PBTC de 53 toneladas) e para o GNL com tanques de 1.100 litros ao redor de 1.200 km. A eficiência no consumo de GNV e GNL varia de acordo com a aplicação, carga, rota e topografia.

O motor é exatamente o mesmo para os modelos a GNV e GNL, apenas apresentado em formas diferentes de armazenamento – gás e líquido. De acordo com a montadora, o caminhão a gás da marca já nasceu com a tecnologia do gás. A diferença estrutural, então, além do combustível, para um veículo movido a diesel, está no fato de motor, tanques, pneus e sistemas terem sido pensados e desenvolvidos especificamente para essa aplicação. A diferença está basicamente na câmara de combustão, cabeçotes, entrada e saída de gases e toda a parte de tanques e válvulas.

Segundo ainda a Scania, o caminhão a gás é pelo menos tão seguro quanto o diesel, senão até mais. O gás liquefeito, por exemplo, está a temperatura de 163 ºC negativos e em caso de contato com a atmosfera imediatamente entrará na forma gasosa e vai também para a atmosfera, eliminando qualquer risco de incêndio ou explosão, se não estiver em ambiente muito confinado.

A fabricante explica ainda que o gás que abastece um caminhão é o mesmo gás encanado, diferente portanto do gás de botijão. Há pontos de abastecimento nas capitais mais importantes e na costa brasileira.

Mercado

Sílvio Munhoz, diretor de vendas de soluções da Scania no Brasil, encara com otimismo a operação que comanda na área de gás. Com a venda de pouco mais de 600 caminhões movidos a gás natural ou biometano, a Scania pretende diminuir a dependência de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Em um negócio expressivo realizado no setor de transporte, a montadora vendeu 124 caminhões a GNV à Reiter Log, em operação na qual o operador logístico de Nova Santa Rita (RS) investe cerca de R$ 100 milhões.

Ele projeta a venda de outros 400 caminhões a gás em 2022 e enxerga com otimismo a evolução do segmento de mercado nos próximos anos. A Scania está sozinha nesse mercado – Volvo, Mercedes e VWCO não participam dos fornecimentos e a Iveco tem a intenção de dar os primeiros passos no setor de gás a partir de agora.

Em entrevista recente para Automotive Business, a Scania declarou que caminhões e ônibus a gás não são mais novidade na fábrica da montadora no Brasil, que avançou na tecnologia com a exportação de 1.200 ônibus a gás para a Colômbia.

O powertrain dos caminhões a gás da Scania já atende a legislação de emissões Euro 6, que deverá ser exigida no País a partir de 2023.

Fonte: Automotive Business