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Ford lança seis Cargo automatizados

Caminhões Torqshift usam transmissão Eaton de 10 e 16 marchas

A Ford Caminhões acrescentou de uma só vez à linha Cargo 2017 seis modelos Torqshift com uma nova transmissão automatizadafornecida pela Eaton. “O objetivo é cobrir segmentos em que não tínhamos essa opção a oferecer. Com isso deveremos ganhar mais um a dois pontos porcentuais de participação de mercado este ano”, projeta João Pimentel, diretor de operações de caminhões da Ford. Os novos Cargo Torqshift começaram a ser produzidos na última semana de fevereiro na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e estará à venda nas 120 concessionárias a partir do meio de março.

Segundo Pimentel, apesar do tombo de 34% nas vendas em 2015, o recuo foi menor para a Ford do que a média do mercado de caminhões (quase 48%) porque a marca conseguiu ganhar quatro pontos porcentuais de participação, para 18%, graças especialmente ao crescimento nos segmentos de semileves (de um ano para outro o share saltou de 27% para 31%) e leves (de 15% para 42%), com a volta dos Série F 350 e 4000 em 2014. Contudo, houve perda de 16% para 13% no segmento de semipesados, justamente onde a Ford espera ganhar mais negócios com os novos Cargo automatizados. Com isso, a expectativa é que, de novo, a queda seja mais branda do que a retração de 10% do mercado esperada para 2016.

TENDÊNCIA

A montadora calcula que atualmente 20% dos caminhões vendidos no País saem de fábrica com câmbio automatizado, como opção cerca de três vezes mais barata do que a transmissão automática tradicional, ao mesmo tempo em que aumenta o conforto do motorista e reduz consumo de combustível e custos de manutenção. “Por isso essa é uma tendência crescente no mercado brasileiro e este ano a fatia dos modelos automatizados deve chegar perto de 35%, com expansão prevista para 70% a 75% nos próximos anos e até 100% no caso de caminhões extrapesados”, calcula o gerente de marketing Flávio Costa.

No caso da Ford, a expectativa é que os automatizados representem 13% dos negócios este ano, considerando a projeção de 35% das vendas do pesado Cargo 2429 chassi-cabine 6×2 e 20% dos outros cinco modelos Torqshift semipesados 4×2 que estão sendo lançados agora (1723 Kolector preparado para coleta de lixo; 1723 e 1729R chassi-cabine; e os cavalos mecânicos 1729T e 1933T), além de 100% dos extrapesados 2042 e 2842 lançados em 2013, que usam o câmbio robotizado de 16 marchas da ZF. O novo Cargo 1933T só será oferecido com a transmissão automatizada Eaton de 16 velocidades, enquanto os demais Torqshift usam a caixa de 10 marchas.

ESTRATÉGIA DE PREÇO MENOR

A transmissão automatizada acrescenta cerca de R$ 10 mil ao preço dos caminhões, mas em todos seis os novos Torqshift a estratégia é vender por valores abaixo do que considera ser os principais concorrentes – no caso, alguns dos Volkswagen das linhas Worker e Constellation e os Mercedes-Benz Atego. Além do preço menor, a Ford também garante que os seus veículos automatizados são mais econômicos, têm menor custo de manutenção e o câmbio oferece mais funcionalidades. “Estamos oferecendo um pacote mais completo e mais barato”, afirma Antonio Baltar, gerente de vendas e marketing da Ford Caminhões.

Como exemplo dessa estratégia para ganhar mercado, Baltar cita o preço médio do modelo que deverá ser o automatizado mais vendido, o chassi-cabine simples 6×2 Cargo 2429 Torqshift, de R$ 220 mil, cerca de R$ 3 mil mais barato do que os concorrentes automatizados VW Constellation 24.280 e R$ 8 mil a menos do que o Mercedes-Benz Atego 2430. A Ford também garante que seu caminhão é 6% mais econômico do que o rival da MAN e 10% em relação ao Cargo 2429 com câmbio manual.

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

O novo câmbio foi desenvolvido durante dois anos pela Eaton em conjunto com a Ford e Cummins, que fornece os motores para a maioria da linha Cargo. “Como temos uma parceria intensa com a Cummins nos Estados Unidos, o desenvolvimento foi mais fácil e eficiente”, explica Amaury Rossi, diretor de contratos de manufatura de transmissões e embreagens da Eaton, que fabrica as novas caixas em sua fábrica de Valinhos (SP). Segundo Rossi, já existem negociações com outros fabricantes de caminhões, mas dificilmente algum novo cliente fechará contrato ainda este ano.

Foram lançadas três novas caixas automatizadas, uma delas de 16 velocidades e duas marchas à ré, com aplicação exclusiva no único pesado da família Torqshift, o cavalo mecânico 4×2 Cargo 1933T, com motor 8.9 de 334 cavalos e capaz de tracionar até 45 toneladas de carga. O modelo será vendido exclusivamente com o câmbio robotizado e suspensão traseira a ar. O foco, segundo a Ford, é o transporte de bens mais frágeis, mais suscetíveis a danos no percurso.

As outras duas transmissões são de 10 velocidades, aplicadas aos motores Cummins 6.7 de 230 e 290 cavalos, mas uma delas foi projetada para uso específico no 1723 Kolector, preparada para uso severo de trocas no anda-e-para da operação de coleta de lixo e com duas marchas à ré, uma delas super-reduzida para encarar as ladeiras mais íngremes.

Em uma operação de rodagem de 6,5 mil quilômetros mês, a Ford estima que o câmbio automatizado evita que o motorista tenha de executar 38 mil trocas de marchas, com diversas vantagens adicionais além do conforto que a solução traz. Segundo João Filho, chefe de engenharia da Ford Caminhões, as novas transmissões foram projetadas com foco na economia de combustível e de redução de custo de manutenção. Ele cita como exemplo a embreagem acionada por atuador elétrico, preparada para durar quatro vezes mais do que a aplicada em câmbio manual equivalente, pois o sistema faz trocas precisas e rápidas, evitando assim o abuso da embreagem.

O sistema, que agrega ao câmbio atuadores elétricos de embreagem e trocas das marchas, freio de inércia (que torna os engates mais rápidos) e uma central eletrônica de comando, também previne a super-rotação do motor, pois corta a aceleração automaticamente quando o limite é atingido.

A transmissão automatizada Eaton faz as trocas automáticas de marchas quando a alavanca está na posição “D” (drive), mas se quiser o motorista também pode comandar os engates colocando em “M” (manual) e subindo ou reduzindo por meio de um pequeno botão na manopla. O câmbio também pode atuar como um eficiente freio motor quando se coloca na posição “L” (low), que reduz automaticamente as marchas para enfrentar descidas com mais segurança. O sistema também tem a função kick-down, que mantém o caminhão freado por até três segundos enquanto o motorista pisa no acelerador para dar partida suavemente nas ladeiras, sem deixar o veículo voltar, além do creep (arrasto), que mantém a aceleração constante para velocidades entre 5 e 7 km/h.

Com o lançamento dos novos Torqshift e mais duas outras versões manuais da família Cargo, a Ford aumentou de 26 para 34 modelos o total de modelos oferecidos (incluindo também a Série F) em sua linha 2017, lançada já este ano. A ideia e fechar lacunas e causar impressão de antecipação de lançamentos/novidades para tentar levar alguma vantagem no combalido mercado nacional de caminhões.

Fonte: Automotive Business