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Produção de caminhões cresce em agosto, mas mix de produtos preocupa
Segundo o executivo, por causa da menor produtividade, a indústria de caminhões está atualmente com 60% de sua capacidade ociosa.
A produção de caminhões está retomando seus volumes mês a mês: dados da indústria divulgados na sexta-feira, 4, pela Anfavea indicam que o total fabricado em agosto superou o de julho em 7,3%, ao atingir 7,3 mil unidades. O crescimento, tem sido impulsionado pelo mercado interno, principalmente por causa da alta demanda do agronegócio, responsável pela maior parte das compras de caminhões pesados e extrapesados.
E é exatamente por causa desses pedidos que a indústria tem certa dificuldade de atender a todos. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, argumenta que as medidas sanitárias adotadas pelas fábricas para manter uma distância segura e evitar aglomerações entre os funcionários mexeu no ritmo da produção, agora mais lento, fazendo cair a produtividade.
Da mesma forma, o vice-presidente da entidade, Marco Antonio Saltini, reforça que há produtos que têm sido os mais procurados pelos clientes e que não estão em estoque.
“Não há falta de produto em termo de volume, mas sim de mix. A indústria segue fazendo os ajustes mais em função da calibração desses estoques e planejando isso com a rede de concessionárias”, afirma o vice-presidente da Anfavea. |
Segundo o executivo, por causa da menor produtividade, a indústria de caminhões está atualmente com 60% de sua capacidade ociosa.
“Já chegamos a ter quase 80% de ociosidade na época da crise anterior, que começou em 2014 e o setor não recuperou totalmente: quando estava em vias de recuperar, veio a pandemia”, lembra Saltini.
A queda da produtividade também se deve aos ajustes de estoques por causa do mercado, que em tempos de pandemia segue com menor demanda. As vendas de agosto caíram 15% com relação a julho, para pouco mais de 8 mil caminhões emplacados. Segundo Saltini, volumes maiores vistos nos meses anteriores, como junho e julho, refletem o represamento dos emplacamentos, uma vez que em as vendas de maio só foram registradas depois devido ao fechamento de vários Detrans pelo País.
“Este volume de 8 mil já está mais próximo da nova realidade do mercado. Para se ter ideia, a média diária de vendas de julho era de 450 unidades e hoje está em 400 emplacamentos por dia útil, então o mercado não deve ter mais esse impacto de represamento”, explicou.
O presidente da Anfavea voltou a dizer que embora o terceiro trimestre esteja apresentando melhores resultados do que o segundo, como já era previsto, confirmou que em outubro a entidade apresentará sua nova projeção para 2020.
“Vamos reavaliar com base nos impactos positivos, como o agronegócio, mas também considerando as incertezas e como elas podem impactar o setor: como o aumento do desemprego, a redução do valor do auxílio emergencial e as contas públicas. Com isso, esperamos ter o quão positivo será o último trimestre e quem sabe ter uma indicação de como pode ser a tendência para 2021”, concluiu o presidente da Anfavea. |
Fonte: Automotive Business