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Scania leva caminhão a gás para além do eixo Rio-São Paulo

Montadora expande raio de ação da sua linha de pesados; vendas chegaram a 1 mil unidades

A Scania elevou a outro patamar, como se costuma dizer por aí, a sua linha de caminhões movidos a gás. Na terça-feira, 23, a montadora apresentou sua nova oferta de modelos que utilizam o biocombustível.

A novidade é a versão G460, o primeiro caminhão articulado da linha a gás da Scania e com mais autonomia: 650 quilômetros.

O veículo chega ao mercado não apenas para viabilizar negócios da Scania em setores onde ela não conseguia chegar por causa da autonomia menor do seus veículos a gás, mas também para responder a algumas questões do mercado, principalmente aquelas ligadas à segurança do veículo.

Uma das velhas barreiras do caminhão a gás no consolidado mercado diesel, se é que podemos colocar dessa forma, é o fato de armazenar o biocombustível em tanques externos conectados ao chassi. Lá em 2018, quando a montadora começou a testar o mercado com unidades importadas, esse era o principal receio dos frotistas.

O G460, no entanto, mostra que pelo menos a segurança não deveria ser mais um problema para o consumidor. A montadora mostrou em vídeo, na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), um teste de colisão lateral realizado para mostrar o quanto os tanques aguentam de pancada – sem explodir, diga-se.

Acontece que os oito cilindros instalados no modelos, que abrigam cerca de 300 metros cúbicos de gás, foram desenvolvidos para suportar tanto impactos quanto outras condições possíveis de ocorrer em pista, como vazamentos ou superaquecimento, por exemplo.

O fornecedor polonês do componente o produz por meio de um processo de conformação de metal em altas temperaturas. Em termos menos técnicos, o aço é moldado no formato final de modo a ser uma única peça, e não várias partes soldadas dando o desenho final do produto.

E por que isso? Marcelo Galão, que é o diretor de desenvolvimento de novos negócios, explica que a ausência da solda no componente o torna mais seguro contra vazamentos e, mais importante, o deixa mais maleável: quanto mais flexível for o tanque, melhor é a performance dele em situações de choque, vibração, dentre outras.

Os tanques de gás do Scania G460 também tem alto nível de sensoriamento. Cada um recebe um conjunto específico de sensores e válvulas que detectam e atuam diante de vazamentos e aumentos repentinos de temperatura.

Caminhão a gás tem 650 km de autonomia

Especificamente sobre a autonomia do veículo, os 650 km de alcance, o maior da linha a gás da Scania, atendem a uma demanda importante da montadora. Ele praticamente leva a aplicação deste tipo de caminhão para além do eixo Rio-São Paulo, por ora o mais utilizado por frotistas que já utilizam o caminhão a gás em serviço.

A quilometragem, aliada a uma nova realidade de postos de abastecimento no país, viabilizam a operação do caminhão a gás para mais longe – a Scania afirma que há condições para que o modelo percorra pelo menos o trecho costeiro do país, do sul ao norte, e pequenas rotas no interior do país.

“Isso abre espaço principalmente para a introdução deste veículo no transporte de embarcadores industriais, carga frigorífica e até o agronegócio”, disse André Gentil, gerente de vendas e soluções. “Mais, o modelo, por ser articulado, oferece hoje a mesma capacidade de carga do que o seu equivalente a diesel.”

A possibilidade surge por meio de medidas técnicas. A Scania precisou aplicar mais dois cilindros ao conjunto que já estava homologado nas demais versões a gás da sua oferta, totalizando dez. Desses, dois maiores do que os demais foram instalados na parte traseira da cabine, e com isso a dimensão total imposta por regulamentação no país foi respeitada.

Os cilindros também fizeram com que a engenharia da montadora diminuísse o tamanho da tradicional cabine do tipo R. Ela ficou mais curta por causa dos tanques, porém mais alta no sentido de manter ao motorista a sensação de espaço interno amplo.

Scania já vendeu 1 mil caminhões a gás

Os caminhões pesados a gás da Scania chegam até o final do ano a mil unidades em circulação. Já foram entregues 900 unidades desse total, e as demais ainda vão sair da linha de produção até dezembro.

A família de veículos a gás da Scania, que é chamada de X-Gas, é formada, portanto, por quatro modelos. O P280 (nas configurações 4×2, 6×2 e 6×4 com chassi rígido); o 340 (4×2 nas cabines P ou G); 420 (4×2, 6×2 e 6×4), além do G460 esmiuçado acima.

Faltou mencionar que o G460 recebeu uma nova caixa de transmissão, a G25 utilizada na linha Super de pesados da Scania. Ela passou por calibrações que proporcionaram maior torque em baixa rotação ao veículo. Na prática, o caminhão a gás ganha mais força na saída – um pedido do mercado.

Ainda não há projeções a respeito do tamanho do mercado que a Scania pode conquistar com esses veículos. “O tamanho do mercado é o mercado diesel”, contou Gentil.

Fonte: Automotive Business