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Scania produz 2 mil caminhões encomendados antes da quarentena

Maioria dos veículos será utilizada no agronegócio, mineração e por frigoríficos

A necessidade de entregar 2 mil caminhões encomendados antes da quarentena levou a Scania a retomar a produção no fim de abril. A decisão exigiu uma série de medidas adicionais de prevenção à Covid-19 na fábrica de São Bernardo do Campo, até mesmo criar um segundo turno para diminuir a concentração de pessoas na linha de montagem.

“Ao contrário de outras montadoras, a Scania não trabalha com estoques e todos esses 2 mil caminhões já estavam de fato vendidos. Cerca de 40% serão utilizados no transporte de grãos, mas há também para mineração, transporte de combustíveis e os frigorificados, já que aumentou muito o transporte de carne e aves por causa da China na fase pré-pandemia”, afirma o diretor comercial da Scania, Sílvio Munhoz.

“Este ano teremos uma redução significativa do volume em relação ao ano passado, mas não vamos zerar. Existem segmentos que estão operando bastante bem. Tudo o que se refere a exportação está em nível correspondente a 70% ou 80% do que era antes da pandemia”, recorda Munhoz.

Ele cita que como exemplos a soja, cujos preços em real melhoraram, a mineração de ferro, ouro e o transporte de madeira para produção de papel e celulose, “que têm preços internacionais”. A retomada da produção foi providencial para os fornecedores de componentes. “Não posso dizer que retornamos por causa deles, mas muitos nos pediram ajuda financeira, sobretudo os pequenos e médios. Nós nos preocupamos com a manutenção dessa cadeia, da nossa rede de distribuição e das 4 mil famílias que dependem de nós”, diz, referindo-se aos trabalhadores da montadora.

De janeiro a abril a Scania teve 2,2 mil caminhões emplacados e acumula queda de 32,1%, enquanto a retração desse mercado foi de 19,6%. “Isso se explica por não trabalharmos com estoque. Teremos uma queda importante no primeiro semestre, mas acreditamos em um segundo semestre razoável. O problema é que além da pandemia tem outro também, o Planalto Central”, recorda Munhoz, referindo-se à crise política que piorou os indicadores econômicos.

AUMENTO MÉDIO DE 10% A PARTIR DE AGOSTO

O diretor comercial da Scania recorda que a desvalorização do real criou grande pressão nos preços dos caminhões, forçando o reajuste.

“Se não estamos empatando, estamos perdendo dinheiro. Temos de subir os preços para fazer frente aos nossos custos. Os componentes estão entrando com preços muito mais altos. Todos importamos componentes e sofremos pressão com custos.”

Segundo Munhoz, os reajustes serão aplicados a partir de 1º de agosto e a Scania se compromete a manter esses novos valores até 31 de dezembro. Ele cita como exemplo um caminhão R 450 6×2, cujo preço passará dos atuais R$ 513 mil para 560 mil (alta de 9,2%).

LIÇÕES DA PANDEMIA

Questionado sobre a possibilidade de tirar alguma lição da pandemia e da quarentena, ele respondeu rápido: “Isso aqui, a digitalização”, referindo-se ao programa utilizado para a entrevista em vídeo a partir de laptops. O mesmo recurso vem sendo utilizado em reuniões e na comunicação com concessionários e clientes.

“Toda a equipe comercial está em casa, mas em contato permanente com revendedores e o consumidor. Nossos clientes também estão em casa, mas não podiam aceitar visitas. Com esse recurso vimos que podemos estar mais próximos deles.

De acordo com Munhoz, a Scania também está vendendo mais planos de manutenção que antes da pandemia pela vantagem que apresentam: “O cliente tem a certeza de que poderá contar com a rede e com condições sanitárias adequadas, o que nem sempre ocorre em algumas oficinas. Também ampliamos a quantidade de planos, desde os mais básicos, apenas com manutenção preventiva. Há até a opção em que ele só paga o que roda”, recorda.

Outra ação da montadora para enfrentar a pandemia é a carência de seis meses em financiamentos pelo Scania Banco.

Fonte: Automotive Business